Temo não me indignar mais
Achar normal tudo que anda sob o sol
Com vidros fechados pelos sinais
Não vê a ampulheta acelerando o pó
O futuro assusta tanto quanto andar sempre tão veloz
Nem conseguimos notar que estamos sempre a dar nós
Prendendo o que é tão vital no fundo da garganta quando estamos sós
Se fosse possível curar ao gritar...
...mas o silêncio é cada vez maior...
Que sentido você dá a sua vida enquanto ela vai
Cada vez mais cheia de certezas e vazia de tantas sensações
O que ainda há de emocionar ao fim de tudo, quando o mundo fica mudo
E só resta o eco do que ficou impresso no retrovisor
Será que ao menos você vai conseguir em paz assobiar uma canção
Despretensiosa de encontrar qualquer razão
E ao fechar olhos para se encontrar no escuro perceba que não foi em vão
Mesmo que venha a doer a nossa lucidez em contradição
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
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